Ciber e Interculturalidade
Parece-nos,
a todos, nesses primeiros passos do século XXI, cada vez mais complexo pensar a
constituição de uma nova cultura que se faz em torno das formas de comunicação
advindas da modernidade e a crescente dimensão dos meios de comunicação de
massa, resultado, é claro, da propagação das tecnologias de informação pelo
mundo.
Neste novo modo de se comunicar, o que antes demoraria muito tempo
para se propagar entre nações agora pode ser mediado em frações de segundos por
várias partes do planeta.
E, diante disso, questiona-se: que consequências tudo
isso traz para as questões de ordem cultural, que em grande parte influencia o modo
como pessoas e grupos se representam na dinâmica das interações sociais?
Ou
seja, que sociedade é essa em que estamos vivemos e a que queremos deixar para
um porvir menos desigual e injusto? Que atores sociais são esses que estão se
formando, se moldando nesse novo mundo de bytes
e kbytes, conectados por infovias digitais?
A Interculturalidade,
no contexto do mundo contemporâneo, então, seria uma sinalização
plausível ao modo de conceber essa nova cultura, híbrida e multifacetada.
A Interculturalidade, como um fenômeno que nos constitui como indivíduos e/ou grupos sociais
cada vez mais dinâmicos, se constroem e se desconstroem numa velocidade de
cometa.
Neste modo, é foco de análise que, na dinâmica das comunicações
na modernidade, a nossa conexão às grandes redes comunicacionais possa estar contribuindo
para que a construção de nossas identidades seja resultado de negociações
permanentes, assimilações e repulsas, encontros e confrontos nossos com os
outros com quem interagimos presencial e virtualmente.
A
exemplo, os sites de redes sociais, na internet,
que possuem características diferenciadas dos outros meios de comunicação,
disponibilizando um espaço virtual adequado à comunicação entre vários
usuários, à formação de comunidades virtuais e de rede, à interação, à
interatividade e à colaboração entre os participantes de rede, sem o obstáculo
como tempo, espaço e hierarquias.
Um novo mundo de território virtual,
recente em nossa época, abri-se para um ambiente diferenciado de participações,
de produções e de intervenções de (e entre) seres humanos e comunidades
conectadas.
Entre
culturas, no plural, uma cultura surge sob o reflexo de um povo sujeito aos
novos modos de analisar e conviver com o mundo frente ao que o todo globalizado
lhes oferece como verdade ou verdades.
Assim as fronteiras entre o virtual e o
real, entre o individual e o coletivo, estão bem mais estreitas. E o que é
real? E o que é virtual? E o individual? E o coletivo?
O resultado de tudo isso,
para o bem ou para o mal, é que existe o nascimento de um novo ser, não mais
uno e integral, tampouco totalmente fragmentado na primeira acepção de
fragmentação com que nos deparamos na crise da modernidade.
Uma crise que
avança, ora gritante, ora silenciosa, de ordem mundial; e talvez, irreversível.
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