E o mundo estacionou em um domingo...

"Parece que todos os dias são domingos".
Ao ouvir meu filho, senti quão forte e profundo, quão cheia de símbolos e significados, tinha essa sua frase. Realmente, o mundo parou de repente. Estacionou em um dia de domingo e pediu a todos que ficássemos em casa. Ficássemos com nós mesmos, pertinho. 
Ele pediu que pudéssemos estar com os nossos esposos e esposas, com os nossos filhos e filhas, que pudéssemos sentar à mesa para as refeições, que pudéssemos conversar em família, que pudéssemos acarinhar mais o nosso animal de estimação, que pudéssemos ter uma atenção melhor para a alimentação, para o corpo e a saúde, que pudéssemos ler os livros antes adiados e até ver aquele série de tevê por falta de tempo ou outra desculpa qualquer, que pudéssemos limpar e arrumar casa. 

ARRUMAR A CASA! Deixar tudo limpo e renovado. 

(RE)NOVAR - Tornar novo o que se tinha antes. Mudar, transmutar, (re)transformar, (re)ver e (re)conectar-se, todos são verbos em conjunção mais propícia ao atual momento.

O mundo parou de repente, estacionou em dia de domingo e pediu urgente que olhássemos para as velhas formas sempre automatizadas, postas de moto contínuo, e escolhêssemos sem opção de escolha a "realidade dos fatos". 

Decerto há aqueles que insistem na "cegueira negra e perigosa", mas, até esses têm pronunciado falas certas ou erradas ao socorro providencial. 

O ano de 2020 tem deixado a marca de um ano Solar (apesar da contradição que isto possa parecer)

O mundo pediu que nós entendêssemos os nossos conterrâneos, (independente em que lado estivesse), 

O mundo parou e fez um sintomático READ IN. Pediu que traduzíssemos na essência e buscássemos na raiz da Criação a releitura de hábitos e de valores. 

Revalorizar a vida humana, os pequenos detalhes diários. Assim num Go back fílmico, as águas dos canais de Veneza estão mais claras, os golfinhos são vistos mais com regularidade no porto de Sardenha, o céu de São Paulo está mais azul, o Sol no Japão nasce com mais luz. 

Assim, numa vontade forte de otimismo (considero-me um de fato), que vejamos o mundo com os olhos da paciência e desejamos submergir deste fundo do lago escuro uma inteligência pela instrução e pela emoção da arte. 

Tenhamos de acreditar no antigo pensamento dito em latim "spes messis in semine", ou seja "a esperança da colheita reside na semente". 

"Das boas sementes é que nascem os bons frutos", diz outro ditado. Os frutos da árvore são o produto do crescimento e amadurecimento da planta. Os frutos mostram se a árvore é boa ou ruim. Da mesma forma, nossas vidas são refletidas nos frutos que colhemos.

Nos ensinamentos da Bíblia, o apóstolo Mateus (7:15-20): "Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!"

A fé na unidade, na humanidade, tem que vencer a ignorância de alguns. Acredito no homem (apesar de todos as evidências contrárias) e acredito numa força mental para a superação dos problemas atuais. 

Acredito na prudência, sinceramente,  na união e na solidariedade das pessoas às superação das crises económica e viral. Crises que não são maiores do que as crises moral e ética enfrentadas por quem vivem neste "planetinha azul". 

Acredito na ciência, na razão, na resolução dos fatos médico-científicos, mas também na providência dos deuses. 

Acredito numa conexão maior, Uno-Trino, entre homem e Deus. "Há mais mistério entre o céu e a terra do que a nossa sã sabedoria", já disse o velho poeta e dramaturgo inglês.

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