Agressividade e o espaço escolar

Agressividade é tendência humana de ter vontade de cometer um ato de violência contra outro, causando-lhe dano, com pretenção de destruir, coagir e humilhar o outro. As agressões podem ser verbal, fisica e emocional.
Para a legislação, a violência só é considerada quando as normas e regras morais ou sociais são desrespeitadas. E o que fazer com a violência que invade o espaço escolar? Como lhe dá com a agressividade dos adolescentes? É possível que o espaço midiático tenha elevado o índice de violência no âmbito escolar? Acredito que não. Acredito que esse não é o único vilão. Há outros que contribuem para o aumento da violência no espaço escolar. O desequílibrio social é um deles, e por sua vez, o livre acesso às drogas. Maconha, hoje, é fichinha no ambiente escolar. A cocaína e o crack são a "bola da vez". Principalmente em áreas urbanas de profunda vulnerabilidade social, onde falta saneamento básico, água na torneira, comida na mesa e a promicuidade familiar é a "cara dura". Mães solteiras, com filhos de cada pai, padrastro abusando das filhas de suas mulheres e ai vai. O buraco é mais embaixo, o problema é grave. E, não se pode culpar a midia, pelo estrago social. Pelo contrário, o tema está mais visível e latente devido exclusivamente pelas noticias veiculadas na imprensa escrita, falada e digital. 
O fato é que este quadro é uma temática cada vez mais preocupante em nossa sociedade, principalmente pelo aumento elevado de agressões contra os professores. Atualmente existe uma grande preocupação dos educadores relacionada às situações de conflitos na vida escolar dos alunos. Para tanto, a cooperação entre pais e educadores se faz necessária pois não há como promover a redução da agressividade se a familia não ajudar nessa difícil tarefa.
Hoje os adolescentes têm recebido pela internet uma gama altissima de informações tecnológicas, videos games violentos, musicas que fazem apologia ao sexo, ao uso de drogas e ao consumo demasiado, com a permissividade da família, um verdadeiro "lixo cultural", mas ratifico que a raiz do problema não está ai. A midia tem o seu poder de persuasão, mas ela só não é tão poderosa assim. A mídia não faz esse estrago sozinha.
Em roda de conversa com professores, numa escola localizada em um bairro periférico de Fortaleza, educadores dizem que as brigas acontecem programadas. As meninas chegam a se maquiar com o intuito de aparecer bem na filmagem e postar na internet. Infelizemnte o instragram tem bombado e os comportamentos tornam-se banais. Mas esse não é um diagnóstico apenas nas escolas publ.icas. Também nas escolas privadas, de bairro nobre, com mensalidade custando o "olho da cara", os comportamentos agressivos são cada vez mais preocupantes, pela amplitude que vem alcançando. A tarefa de ensinar e conscientizar os alunos estão ficando a cargo das escolas, pela omissão das famílias na educação de seus filhos. 
Os jovens, do sexo masculino, negros e mulheres, são os que mais sofrem sendo as principais vitimas dos homícidios, além de presas fáceis para o uso e tráfico de drogas. E a tolerância? Palavra esquecida no dicionário e jamais praticada na vida social de nossos adolescentes devido ausência de politica publica educacional de qualidade e famílias desestruturadas e preconceituosas em relação a criação, falta de diálogo e amor para com seus filhos.
Saber lidar com a agressividade própria e do outro é tarefa a ser ensinada e aprendida, e devem estar presentes em diferentes contextos na família, na escola e na sociedade. Porque a agressividade é a vontade de ser e ter, é ela que impulsiona o homem a agir, a dar os próximos passos, a ambicionar um futuro melhor. Mas, claro, tudo que equilíbrio, sem exagero. A ambição saudável da conquista, de novas descobertas, metas e objetivos cumpridos. Daí, acredito que a educação é a base de tudo, a base da vida.
Por não ter uma politica de capacitação que leve a eficácia de atitudes na negociação dos conflitos, as escolas optam por transferência de responsabilidades. Soma-se a isto a falta de incentivo, de valores morais e éticos, como por exemplo, o respeito às diferenças e a solidariedade, tão necessárias para a formação do caráter dos nossos jovens, e muitas vezes, omitida pelas escolas que se preocupam mais em passar conteúdos do que desenvolver cidadãos críticos, responsáveis, atuantes, capazes e transformadores da realidade em que vivem.
A população inconformada com a ineficiência das leis, procura fazer justiça com as próprias mãos. Mas o tempo agora é outro, não estamos mais no "bang-bang" e a tecnologia veio para contribuir positivamente na vida social. Tecnologia aliada à educação para a formação de sujeito mais consciente e menos individualista, é isso que o mundo precisa.

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