Tempo... Tempo..precisamos conhecê-lo...



O menino e sua curiosidade 

Quando menino, eu gostava de ouvir histórias para recriá-las no mundo da imaginação. Ai, cobertores, lençóis, almofadas, caixas de papelão, panelas e outros artigos de cozinha viravam cavernas, grutas, palácios, castelos, espadas, carros e nave espacial. 

Gostava de ficar ali, quietinho, no meio dos adultos, escutando as conversas dos meus pais e vizinhos. 

Gostava de  criar cenas e pessoas, dialogar com seres imaginários, visitar países, cidades e lugares diferentes. 

Gostava de ter vivido n'outras épocas, ter exercido outras profissões, ter lutado outras guerras, ter conduzindo coches e cavalgado em elefantes e camelos. 

Aquilo me fazia  atravessar o tempo-espaço e chegar a lugares não antes imaginados. 

E, quando, eles (os mais velhos) falavam dos anos 2000, era ainda mais fantástico, um tempo tão tão tão distante. Um tempo cronologicamente estranho quanto incrível, mas utopicamente possível. 

Uma transformação, uma conquista

Nasci a um ano antes do homem ter chegado à Lua; e este evento transmitido pela televisão como um grande marco futurista do porvir. Em julho de 1969, os três astronautas americanos pisavam no solo lunar e hasteavam uma bandeira escrevendo os seus nomes na história da humanidade. 

Obvio que não assisti as imagens no momento em que elas foram produzidas, mas, claro que, as imagens e a frase épica dita por Neil Armstrong: "Este é um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade" ecoou muitas e muitas vezes na minha casa e de milhões de pessoas. 

Os anos 2000 chegou

O ano 2000 chegou ligeiro e já se distancia mais vinte. Lembro do tempo de menino. Um tempo em tudo parece estranho quanto incrível. Tudo hoje parece perto quanto longe, tão ficção quanto realidade. A tecnologia digital bate a porta. Aquele hastear de bandeira no solo lunar foi um salto gigante, mas o que aprendemos? Foi só mais uma conquista territorial dos homens? Só.


Outra conversa, outro pensamento
Numa conversa, o meu pai disse ao tom de piada que só iria morrer no ano de 2020. Ele tinha o controlo do dia em que não estaria mais conosco. Algumas pessoas que estavam ali, riam e faziam galhofa com a frase despropositada e sem sentido para o contexto da reunião. Ele mesmo riu e não deve ideia do que acabara de dizer. Todavia a frase pronunciada sem nenhuma percepção marcou-me  profundamente.

E, hoje, em 11 de abril de 2020, é o aniversário de meu pai. Ele completaria 85 anos. A noticia de seu óbito veio logo depois da frase insólita. As certezas são efêmeras e o tempo é um elemento muito precioso. 

O tempo da gente acaba de uma hora pra outra. O tempo é mistério, é um enigma a ser ainda revelado, apesar de esforço como cientistas feito Stephen Hawking. 

O tempo cura, transforma, muda a cada instante e causa espanto. O tempo destrói certezas e constrói incertezas ou vice-versa.

Mais reflexões...

O tempo é circular, mas, ao mesmo tempo, irregular. O tempo é algo abstrato, mas, também, é algo concreto. O tempo pode ser algo melhor ou pior, enriquecedor ou frustrante. 

O tempo pode ser pleno e integral, dependendo da visão e da compreensão que temos dele. 

O tempo é algo a ser entendido e considerado por todos nós em essência única e cristalina do agora. O instante a ser sentido, vivido, percebido com mais tranquilidade e mais integralidade. 

Carpe diem, amigos!

As preocupações do amanhã fazem com que não vivemos o instante do hoje. Carpe diem para os homens e para as mulheres, carpe diem para a humanidade, carpe diem para o planeta Terra. Carpe diem para uma consciência mais livre e mais universal. 

Assim caminha a humanidade para uma vida mais justa e mais igualitária para todos. Assim caminha a humanidade para a recuperação da vida e a implantação de uma nova maneira de viver. 

Assim caminha a humanidade para partilhar e para diminuir as diferenças sociais e económicas tão presente no solo da Terra. Assim espero tendo a noção da atemporalidade do tempo.

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