As redes sociais como ferramentas de aprendizagem

 





A vida mudou em 360º de uma hora para outra nos últimos dois anos. 


De uma hora para outra, todos nós tivemos que aprender a lidar melhor com as ferramentas tecnológicas e digitais. Mesmo aqueles que já tinham uma certa intimidade com a tecnologia, com as redes sociais (facebook, instagram, youtube e linkedin e etc) tiveram que buscar uma renovação de conhecimento. A adaptação, no contexto educacional, atingiu a toda comunidade escolar e também não foi diferente.


De uma hora para outra, nos tornamos mais presentes no virtual e virtualmente no presencial. E isso é bom ou ruim no contexto escolar? 


Quais são os efeitos positivos ou negativos das redes sociais em nossa forma de ensinar e de aprender? O que afeta, no contexto educativo, o uso das redes sociais como ferramenta de aprendizagem?


Neste post, vamos trazer um breve resumo sobre o que pensam especialistas de Educação, Comunicação e Tecnologia.


Para que serve a educação escolar

Vamos começar do começo, então.  Vamos definir para que serve a educação e a importância da escola como modelo de ensino.


A escola, sem nos aprofundar os méritos e deméritos de uma estrutura físico-espacial, é constituída como meio de ofertar uma formação integral a um indivíduo. Historicamente, portanto, a escola pensada no modelo grego não se dava entre paredes. Sócrates falava em praça pública para quem quisesse ouvir. O interesse era fazer as pessoas pensarem, refletirem, conhecerem e despertarem para as coisas do mundo. Partindo disso, a educação escolar leva ao saber humano e permite o processo de humanização. 


Mais tarde, com o advento do capitalismo, o modelo de escola consistia também em um degrau para a conquista de um espaço no mercado de trabalho ou para adentrar numa universidade.  

Então, a escola tem que estar conectada com o desenvolvimento tecnológico, cultural e social dos homens e das mulheres. Assim, então, a educação escolar vai se modificando e se adaptando no caminho em que a sociedade traça para ela mesma. 


O uso da tecnologia no processo de aprendizagem

O lápis, o caderno, o giz, a lousa, o livro, o videocassete, o retroprojetor, o rádio, a televisão, o computador etc são, por assim dizer, ferramentas tecnológicas educativas que foram surgindo e se adaptando para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem ao longo dos tempos.


A recente pandemia provou que é possível utilizar as tecnologias digitais como suporte de ensino e aprendizagem. Isso é bom ou ruim? O que se deve considerar no mérito? As respostas às essas perguntas ainda estão soltas no ar. E, sinceramente, acredito que só serão respondidas no decorrer de mais alguns anos.

Mas uma realidade nova, de formato virtual, pegou de surpresa com bastante desafios para toda comunidade escolar.  E, como diz em linguagem popular: “A ema gemeu no tronco do juremá” 

A questão foi: com a necessidade de se trabalhar em casa, os educadores iniciam um ciclo de adaptação em caráter emergencial para que as aulas continuassem a ser ministradas. 

De supetão, na marra, todos correram atrás do prejuízo porque há tempo que a ação docente é convidada a se adaptar aos aspectos contemporâneos tecnológicos e digitais. O coronavírus Covid 19 apressou os passos e tivemos que trocar o pneu do carro com o próprio em movimento. Literalmente, assim.

Os recursos tecnológicos mais usados

Aliado a esse novo formato de ensino-aprendizagem, muitas plataformas tecnológicas digitais e em rede aparecem para compor uma pedagogia emergente, alterando e exigindo uma nova didática. Outras se adaptam ou se aperfeiçoam no contexto educacional. A Zoom, mais usada e conhecida no meio empresarial, ganha novos usuários e acessos ao lado da Google meet e Classroom. As últimas, claro, com uma estrutura mais pedagógica, permitem a interação professor-aluno de forma bem eficaz.


Há também o kahoot, como exemplo de um jogo educativo, trazendo um quiz, mostra-se interativo, dinâmico e avaliativo de conhecimento dos alunos. O Padlet é um recurso interessante ao tratamento de imagens e textos que envolvem a apresentação de um trabalho expositivo. Ele serve muito para tarefas de grupos e exercita a expressão de design visual e textual dos alunos.


E as redes sociais...

As redes sociais estão sempre em um processo de expansão contínuo, principalmente as focadas em relacionamentos via WEB. Nelas, estão os principais usuários na Geração Net. Ou seja, jovens e crianças que já nascem e crescem imersos numa sociedade cada vez mais tecnologizada. As redes sociais são uma extensão comportamental, mental e corporal desses meninos e meninas.


Como isso...

O facebook, instagram, tic toc e tantos outros, que vão surgindo nas ondas comunicacionais tecnológicas digitais, influenciam o processo de aprendizagem. Antes usadas em um contexto social de relacionamento e entretenimento, mas essas redes sociais serviram como "auxílio de interação” na comunicação entre professores-alunos no período pandêmico de distanciamento. Isso fazendo surgir uma nova problemática:o perfil funcional das redes sociais e o aspecto conteudista de aprendizagem.


Os estudos de especialistas da Educação, Comunicação e Tecnologia apontam que o modo como a escola organiza os conteúdos de aprendizagem não se adequa ao perfil da Geração Net. E esse novo modelo de ensino remoto evidenciou todo um contexto “capenga” e arcaico do sistema educacional do Brasil e do mundo.


Essa Geração Net, segundo os estudiosos, se envolve em várias atividades ao mesmo tempo e tem interesse em vários campos do saber. Isso é fruto dessa multiplicidade de conexões das redes sociais em que essa Geração Net está inserida cotidianamente. Essa Geração Net é espelho de uma sociedade conectada em bytes e megabytes e precisa perceber que estão sendo contemplados em relação a essa multiplicidade de interesses e várias dimensões que compõem sua personalidade, sua integralidade enquanto seres.


Por fim, essa Geração Net sinaliza para um modelo de escola em que as paredes não tem limites. A educação escolar tem sido e está sendo repensada e transformada rumo a uma nova Pedagogia em que as mídias digitais e, por sua vez, as redes sociais estão associadas ao processo de aprendizagem do aluno


Isso leva, em um próprio post, a uma outra discussão: a mobilidade da relação público-privado dos professores e alunos com o advento das tecnologias digitais. 


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